sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dos Justiçamentos e suas consequências práticas.

Há algum tempo um bom amigo me contava que, ao voltar do trabalho numa tarde de sexta-feira deparou-se já na rua onde mora com uma multidão enfurecida que reunia-se inflamada por algum boato para linchar um suposto pedófilo, ele mesmo ao ouvir os populares deixou-se levar pela maré do ódio comunitário.
Ocorre que um membro do comitê de execução, ao avistar um desconhecido subindo a ladeira, informou ao "comitê de julgamento" (presidido por dona Arlete), que imediatamente "ordenou" ao comitê de captura que trouxessem o suspeito até a comissão para que fosse devidamente linchado, esse porém não teve tempo de ser trazido, sendo linchado e queimado por todos os presentes, incluindo a testemunha que me narrou o fato.
O condenado se chamava Jorge, servente de pedreiro, pai de dois filhos que também voltava do trabalho e nem ao menos teve direito a saber do que o acusavam, nem preciso dizer que ele era inocente, o clima, as fofocas e a ondas de boatos populares nem se quer davam conta de vitimas, apenas citavam um suposto pedófilo agindo na região, ser novo no bairro foi o único "erro" cometido pelo trabalhador.
Irmãos e Irmãs, essa história ilustra com precisão os perigos das ditas "ações populares" ou "justiça popular" tão exaltada pela esquerda revolucionária, onde o direito a defesa, julgamento justo e uma pena de acordo com seus crimes (se existirem de fato) simplesmente não existem sendo substituído apenas e tão-somente pelos populares boatos, achismos e revolta mal direcionada.
Se a atual estrutura judiciaria com todo seu estudo, cuidado e comprometimento já e falho, imagine um tribunal de "justiçamento popular" como os que ocorreram no Brasil durante o regime, quando terroristas executaram a sangue frio pais de família sobre o boato acusatório de serem informantes, ou como o clima que imperava na revolução francesa onde qualquer um acusado de ser burguês poderia ser executado de imediato devido ao clima que imperava!

Antônio Vulto