Há algum tempo um bom amigo me contava que, ao voltar do trabalho numa
tarde de sexta-feira deparou-se já na rua onde mora com uma multidão
enfurecida que reunia-se inflamada por
algum boato para linchar um suposto pedófilo, ele mesmo ao ouvir os
populares deixou-se levar pela maré do ódio comunitário.
Ocorre que
um membro do comitê de execução, ao avistar um desconhecido subindo a
ladeira, informou ao "comitê de julgamento" (presidido por dona Arlete),
que imediatamente "ordenou" ao comitê de captura que trouxessem o
suspeito até a comissão para que fosse devidamente linchado, esse porém
não teve tempo de ser trazido, sendo linchado e queimado por todos os
presentes, incluindo a testemunha que me narrou o fato.
O condenado
se chamava Jorge, servente de pedreiro, pai de dois filhos que também
voltava do trabalho e nem ao menos teve direito a saber do que o
acusavam, nem preciso dizer que ele era inocente, o clima, as fofocas e a
ondas de boatos populares nem se quer davam conta de vitimas, apenas
citavam um suposto pedófilo agindo na região, ser novo no bairro foi o
único "erro" cometido pelo trabalhador.
Irmãos e Irmãs, essa
história ilustra com precisão os perigos das ditas "ações populares" ou
"justiça popular" tão exaltada pela esquerda revolucionária, onde o
direito a defesa, julgamento justo e uma pena de acordo com seus crimes
(se existirem de fato) simplesmente não existem sendo substituído apenas
e tão-somente pelos populares boatos, achismos e revolta mal
direcionada.
Se a atual estrutura judiciaria com todo seu estudo,
cuidado e comprometimento já e falho, imagine um tribunal de
"justiçamento popular" como os que ocorreram no Brasil durante o regime,
quando terroristas executaram a sangue frio pais de família sobre o
boato acusatório de serem informantes, ou como o clima que imperava na
revolução francesa onde qualquer um acusado de ser burguês poderia ser
executado de imediato devido ao clima que imperava!
Antônio Vulto